Casas feitas com impressoras 3D viram trend em bairro dos EUA

As casas são construídas usando uma impressora gigante chamada Vulcan Construction System, que mede 13,9 metros de largura e 4,7 metros de altura.

O conceito parece saído de um filme futurista – um bairro inteiro feito de casas construídas não por cimento e tijolos, mas sim por uma impressora 3D.

A americana Daniella Glaeze se mudou para a vizinhança em abril e começou a documentar ano TikTok a sua rotina e as peculiaridades da sua residência. O conteúdo despertou curiosidade e resultadou em mais de 15 mil seguidores e milhões de visualizações em seus vídeos.

Em entrevista ao Business Insider, Glaeze contou sobre como as casas 3D funcionam. O bairro foi idealizado e construído pela startup Icon. O empreendimento é uma parceria entre a empresa de impressão 3D e a construtora Lennar. A Wolf Ranch, como é chamada a localidade, conta com 100 casas e fica ao norte de Austin, no Texas.

As casas são construídas usando uma impressora gigante chamada Vulcan Construction System, que mede 13,9 metros de largura e 4,7 metros de altura. Segundo a Icon, uma casa feita por meio de uma impressora 3D é capaz de dar suporte estrutural ao mesmo tempo que oferece uma liberdade arquitetônica com um custo menor do que os de projetos convencionais – podendo abusar de formas curvas e arredondadas sem se preocupar com a estrutura.

De acordo com a empresa, a impressão 3D oferece custos de construção mais baixos e desenvolvimento mais rápido da obra. Atualmente, 95 casas feitas de paredes impressas em 3D já estão prontas e o restante deve ser entregue até 2025.

Essa é a primeira casa que Glaeze e seu marido, ambos engenheiros de software, compraram. O interesse em adquirir um imóvel feito de forma tão inovadora veio justamente após o casal ver vídeos das construções no TikTok e ficarem curiosos para testá-la.

A casa possui quatro quartos, três banheiros e uma garagem. Apesar de as paredes terem sido impressas, outras partes como fiação elétrica, telhado e portas foram feitos de forma tradicional.

Entre os comentários deixados pelos internautas está a preocupação com o acúmulo de sujeira nas ranhuras das paredes, mas Glaeze garante que elas são tão finas que não deixam a poeira visível, além de serem fáceis de limpar com um pano ou aspirador de pó.

Apesar da particularidade da construção, a moradora assegura que o funcionamento é muito semelhante ao de casas tradicionais – é possível pendurar coisas na parede utilizando brocas de concreto, pintá-las ou revesti-las com gesso. O único problema encontrado é a conexão de internet WiFi, que tem dificuldade de atravessar as paredes densas. A solução foi instalar potencializadores ao longo da casa.

Com os designs curvos e inovadores, Glaeze afirma que a casa permite explorar alternativas de decoração fora do comum, como jogos de luzes e texturas abstratas nas paredes. Conforto térmico também é um destaque, com o material deixando o ambiente fresco em meio ao calor do Texas e com propriedades de isolamento acústico.

A Icon afirma que suas paredes foram testadas contra ventos semelhantes a furacões. Em março, a companhia anunciou uma nova formulação chamada CarbonX, um material com menores emissões de carbono que será usado nas paredes das casas restantes. No momento, os preços praticados no bairro estão em linha com os do mercado imobiliário em geral, mas a administradora afirma que os moradores são capazes de economizar em contas básicas, já que as casas possuem uma maior eficiência energética.

FONTE: https://epocanegocios.globo.com/tecnologia/noticia/2024/07/casa-feitas-com-impressoras-3d-viram-trend-em-bairro-dos-eua.ghtml